
02/02/2022
A Graça de Deus - Esdras 9 e 10
O tempo de cativeiro na Babilônia havia passado, o povo estava retornando, o templo já havia sido reconstruído. A Boa Mão de Deus havia trago aquele povo de volta da escravidão e do domínio persa. E esse tão esperado retorno, uma espera de 70 anos, durante a qual o povo teve sua idolatria tratada por Deus, deveria ser um retorno alegre, festivo, e especialmente um retorno que rompesse com o pecado, que é o que havia levado o povo a estar na Babilônia. No entanto, um povo santo não foi exatamente o que Esdras encontrou em Jerusalém.
Santo indica a ideia de separado, algo destinado especialmente para um determinado fim. O povo de Deus, a nação SANTA, era o povo separado por Deus para glorificar o seu nome. E quando Deus separou este povo para si Ele deu ordens e orientações muito claras, ordens que ensinavam o povo a ser essa nação separada. Uma destas leis era que o povo não poderia se casar com outros povos. Exatamente, o povo de Deus não poderia se unir, especialmente através de casamento, a outros povos que cultuavam a outros deuses (Deuteronômio 7.3-4). Mas ao chegar em Jerusalém foi exatamente isso o que Esdras encontrou, sacerdotes e levitas haviam se casado com as filhas dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus (Esdras 9.2), todos povos inimigos de Deus e idólatras, povos que adoravam outros deuses. O povo estava repetindo o pecado de Salomão, que o conduziu para longe de Deus (1 Reis, 11.1-8). Diante disso, Esdras ficou chocado, atônito. O que deveria ser um retorno alegre já não o era.
Diante desta triste situação, o povo ainda pecava! Esdras se põe em oração, com suas vestes e mantos rasgados em sinal de profunda tristeza e desespero, chorando clama ao Senhor. Clama por misericórdia? Incrivelmente não, este não é o centro da oração de Esdras. O profeta glorifica a Deus pela sua Graça (Esdras 9.6-15), por, apesar de ser parte de um povo pecador, idólatra, o Senhor ainda havia dado graça ao seu povo e permitido que ele retornasse. Depois de tudo que o povo havia feito, o Senhor ainda havia sido misericordioso!!
Mas as coisas não ficaram por isso mesmo, o povo pecava e Deus perdoava e pronto. Diante da grande tristeza de Esdras, do seu choro de constrangimento pela Graça de Deus, o povo se constrange junto dele, chora junto com ele e reconhece o seu pecado! Reconhece que estavam falhando com Deus, reconhecem e se arrependem do seu pecado (Esdras 10. 2-4).
O povo então desfaz todas as alianças, inclusive as de casamento, com os outros povos.
Esdras se retirou em jejum (mais uma vez) e oração (Esdras 10.6) por conta do pecado do povo. Jejum e oração, buscando ao Senhor. O jejum que, apesar de muitas vezes esquecido hoje, era prática constante daqueles que buscavam a Deus. O próprio Cristo, em Mateus 6.16 pressupõe que nós iríamos jejuar,. “quando jejuardes”, não “se jejuardes”. Uma disciplina espiritual, juntamente com a leitura da Bíblia, a Oração, a comunhão presencial com a Igreja e a Submissão aos nossos líderes. Ações estas, todas fundamentais na vida do cristão.
Hoje o mandato do Senhor de separação do seu povo, de santidade do seu povo é o mesmo. O Senhor nos quer santos, separados para Ele. Inclusive nos abstendo de casamentos com outros povos (entenda-se por isso não crentes). Apesar de hoje, não haver mais uma ordenança quanto a separação de já casados (1 coríntios 7.15), a santificação é algo urgente!
Tanto a Graça do Senhor quanto a sua correção tem o objetivo de nos conduzir cada dia mais à santidade! A sermos fiéis a Ele! É isso que o Senhor deseja!
Atenda ao chamado de Deus! Esse chamado requer um posicionamento, assim como o povo se posicionou cumprindo a lei, nós devemos nos posicionar também!
Que o Senhor abençoe a sua vida!
Fonte/Autor: José Neto